A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA COM ATENÇÃO ÀS PRÁTICAS REAIS DE USO

                                                                                                                                                                                                                                            Por Thais Pariz Maluta


A leitura é uma atividade realizada individualmente, mas que se insere num contexto social e envolve capacidades que vão desde a decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido para o texto lido. O objetivo principal do ensino da leitura é que o aluno compreenda o texto. Além da compreensão linear, ele deve também ter a capacidade de fazer inferências. A capacidade de produzir inferências diz respeito ao “ler nas entrelinhas”, compreender os subentendidos, à realização de operações como associar elementos diversos, presentes no texto ou que fazem parte das vivências do leitor, para compreender informações ou inter-relações entre informações que não estejam explicitadas no texto. O professor pode contribuir para o desenvolvimento dessa capacidade:
a) lendo em voz alta e discutindo os conteúdos e usos dos textos lidos;
b) proporcionando familiaridade com gêneros textuais diversos (histórias, poemas, trovas, canções, parlendas, listas, agendas, propagandas, notícias, cartazes, receitas culinárias, instruções de jogos, regulamentos, etc.), lendo em voz alta ou pedindo aos alunos lerem de forma autônoma;
c) abordando as características gerais dos gêneros;
d) instigando os alunos a prestarem atenção e explicarem os ‘não ditos’ e os porquês do texto, e explicitarem as relações entre o texto e seu título.
O reconhecimento dos gêneros textuais e identificação de suas características favorece o trabalho de compreensão, porque orienta adequadamente as expectativas do leitor diante do texto. Nesse sentido, o professor pode contribuir ao propor, antes da leitura, perguntas que suscitam a elaboração de hipóteses interpretativas, que serão verificadas durante e depois da leitura. Até mesmo o leitor iniciante pode tentar adivinhar o que o texto descreve, pela suposição de que alguma coisa está escrita, pelo conhecimento do seu suporte (livro de história, jornal, revista, folheto, quadro de avisos etc.) e de seu gênero, pelo conhecimento de suas funções (informar, divertir etc.), pelo título, pelas ilustrações.
Há outras atividades para desenvolver a capacidade de compreensão: avaliar e comentar afetivamente o texto, resumindo-o, explicando-o, fazendo extrapolações. Essas extrapolações contribuem para o aprendizado afetivo e atitudinal ao permitir verificar que o que é lido nos textos pode fazer parte da vida e ter utilidade.
É importante a relação estabelecida entre o conhecimento e a vida cotidiana do aprendiz, repensando as escolas com criação e inovação para uma uma aprendizagem mais significativa.
O professor tem o papel de mediar, intervir na aprendizagem dos alunos, pontuando e apontando caminhos, por meio de práticas de leitura, escrita e atividades significativas e contextualizadas, que tenham e exerçam uma função social. Deve também recorrer a projetos de letramento que relacionarão o cotidiano do aluno à prática de leitura e produção de textos, pois é fundamental estar inserido em um contexto rico em situações que exijam e estimulem a leitura e a escrita.
De acordo com essa abordagem é fundamental que desde o início da escolarização seja ensinada a língua materna utilizando gêneros textuais, atentando-se para práticas reais de uso, ampliam o grau de letramento.

In: MALUTA, Thais Pariz. a importância das práticas de leitura e escrita em contextos reais. Artigo Científico (Especialização em Letramento e Alfabetização). Universidade Cândido Mendes - UCAM, 2017.

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