Kindergarten, games room and study.



PROJETO “ESCOLA TOP  #SEMVANDALISMO”

                                                                                                                        Por Lourdes Vanessa

Esta é uma sugestão de projeto que pode ser adaptado para aplicar em escolas com problema de vandalismo ao patrimônio público e violência.  O diferencial  é que envolve toda a equipe profissional da escola e não somente o óbvio professor/aluno ou professor/aluno/direção. O porteiro, a "tia da merenda", os funcionários da limpeza e todo mundo se une para prestar atenção, elogiar, comentar, relatar e concentrar a atenção no objetivo de melhorar a convivência ao cuidar do ambiente comum a todos, fazendo com que o aluno sinta a coesão da equipe e a valorização de suas boas atitudes por todos. Muitas vezes o vandalismo é feito às escondidas e seu autor pode pensar que passa despercebido, mas se sentir que há uma equipe motivada e coesa ao seu redor, focada em reforçar as boas ações dos colegas, também saberá que atitudes contrárias à preservação e limpeza também estarão sendo observadas, no entanto, não serão incentivadas como quando age com cidadania e alteridade.  Estas ideias foram elaboradas com base em minhas experiências em contextos desse tipo. Claro que não há como seguir à risca, pois cada contexto tem suas idiossincrasias, mas pode servir de inspiração para que muitas equipes pedagógicas não desistam e encontrem seus próprios caminhos para o trabalho de conscientização com reforço positivo e união de todos os setores que compõem o quadro funcional de uma unidade escolar.

1. Tema:
Campanha coletiva contra o vandalismo na escola

2. Justificativa:
O cotidiano das comunidades escolares de algumas regiões têm deixado transparecer  uma cultura de descaso e vandalismo com o ambiente escolar por parte dos alunos, evidenciado principalmente pela observação do espaço físico  das próprias salas de aula (como por exemplo, carteiras rabiscadas e quebradas; paredes descascadas e também rabiscadas; ventiladores, interruptores e tomadas depredados, lixos acumulados debaixo da carteira e no chão; vidros quebrados; livros danificados; cartazes afixados com regras e mapas de sala arrancados). Diante dessa realidade, coloca-se o desafio para a equipe pedagógica de encontrar maneiras de modificar essas atitudes e incutir nos alunos o senso de coletividade, de preservação do patrimônio público  e a fruição de estar em um ambiente limpo e bem cuidado durante o período das aulas, desenvolvendo a sua afetividade para com esse espaço. Essa é uma obrigação constitucional e uma preocupação de vários especialistas na área da Educação.
Paulo Freire, na obra A educação na cidade (1991) confirma a impossibilidade de se conseguir bons índices de aprendizagem com os professores e seus alunos sem um ambiente propício, que tem paredes, vidros, mobiliários danificados.

3. Objetivo geral:
Conscientização da comunidade escolar da preservação do patrimônio público escolar.

4. Objetivos específicos:
- Conscientizar o aluno de que o patrimônio escolar é um bem valioso para a coletividade e para o desenvolvimento individual também;
- Levar o aluno a identificar as situações de depredação do patrimônio no seu ambiente comum na escola;
- Incutir no aluno o desejo de fruir de um ambiente limpo e organizado e a percepção dessa fruição;
- Desenvolver a afetividade pelo espaço físico escolar, especialmente pela sala de aula, como ambiente de convivência em grande parte do dia do aluno;
- Levar o aluno a conhecer as punições previstas na legislação sobre atos de vandalismo e depredação pública;
- Levar o aluno a manter as salas de aula limpa, utilizando sempre a lixeira e não deixando lixo debaixo das carteiras ou no chão;
- Levar o aluno a participar da conservação das carteiras, paredes, ventiladores, livros, avisos e mapas de sala afixados;
- Incentivar o aluno a usar e manter em bom estado todos os equipamentos e dependências escolares.

5. Procedimentos adotados (etapas) e prazos de execução:

Metodologia dos procedimentos adotados

- Estimular o aluno a executar as ações propostas de manutenção e limpeza do ambiente em pelo menos alguns momentos das aulas de todas as disciplinas por meio de falas dos professores ou visitas da equipe gestora com dicas, conversas, aconselhamentos, elogios e observações sobre suas atitudes em sala de aula, mantendo-os conscientes da importância da constância nessa prática;
- Estabelecer vínculos afetivos dos alunos com o espaço escolar pela conscientização sobre a importância de um ambiente limpo e organizado para seu desenvolvimento  como cidadão e sobre o prazer de usufruir do mesmo dessa forma;
- Promover o reforço positivo das ações saudáveis dos alunos no ambiente, tanto em sua preservação como na convivência com os colegas/professores/funcionários e no seu desempenho e esforço nas atividades pedagógicas, por meio de premiações e reconhecimentos públicos dessas atitudes construtivas;
- Estabelecer contato com a legislação sobre vandalismo e depredação do patrimônio público e promover a reflexão dos alunos sobre suas próprias ações em relação ao cuidado com o espaço e objetos da sala de aula bem como à convivência harmoniosa com os pares, por meio de aulas elaboradas pelos professores de todas as disciplinas, cuidando para que se problematize o tema fazendo relação da realidade do aluno descrita com o conteúdo estudado (poderão ser usados textos variados atuais ou não, como reportagens e charges, além de vídeos, filmes, músicas, poemas, jograis, jogos, dinâmicas, confecção de cartazes, desenhos e outros recursos).


PLANO DE AÇÃO:

Equipe gestora:
- comunicar às instâncias competentes a necessidade de propiciar a reparação paulatina do espaço físico, mobiliário, aparelhos, etc. da sala de aula;
- promover junto com os professores e demais funcionários a conscientização dos alunos sobre a preservação do patrimônio com conversas, cartazes com as regras, legislação, etc.
- Atender alunos individualmente, quando necessário, ao ser comunicado pelos professores e funcionários sobre a identificação de algum caso de depredação, vandalismo ou desrespeito ao patrimônio público na sala de aula;
- realizar junto aos docentes a confecção de mapas de sala e avisos escritos afixados na sala sobre o cuidado com o patrimônio lá presente, bem como incentivar os alunos pela sua manutenção;
- promover um momento bimestral de reconhecimento público por meio de discursos, certificados ou premiações aos alunos que participam ativamente da conservação do espaço e demonstram esforço nas atividades escolares.

Equipe docente:
- Preparo de ao menos uma aula por bimestre de cada disciplina em cada turma sobre o tema vandalismo, depredação do patrimônio escolar e importância da manutenção da limpeza da sala de aula;
- Incentivar os alunos em algum momento de cada aula de todas as disciplinas que recolham papéis de debaixo da carteira para levar até a lixeira e mantenham limpo o chão da sala de aula;
- Identificação junto com a equipe gestora (por meio de etiquetas, por exemplo) do aluno responsável pelo cuidado da carteira da sala na qual senta-se todo os dias no período de aula, devendo permanecer sempre a mesma e que cada qual cuide de seu próprio espaço e zele por ele; o mesmo procedimento poderá ser realizado com os livros didáticos;
- Criação de mapas de sala junto à equipe gestora, zelo e incentivo aos alunos pela sua manutenção;
- Incentivar o aluno a manter afixados os mapas de sala e avisos sobre preservação do patrimônio;
-  Estimular o aluno a executar as ações propostas de manutenção e limpeza do ambiente em pelo menos alguns momentos das aulas de todas as disciplinas por meio de dicas, conversas, aconselhamentos, elogios e observações sobre suas atitudes em sala de aula, mantendo-os conscientes da importância da constância nessa prática;
- Comunicar à equipe gestora quando identificar algum caso de depredação, vandalismo ou desrespeito ao patrimônio público na sala de aula;
- Auxiliar a equipe gestora a promover um momento bimestral de reconhecimento público por meio de discursos, certificados ou premiações aos alunos que participam ativamente da conservação do espaço e demonstram esforço nas atividades escolares.

Funcionários:
- Promover o reforço positivo por meio de elogios, conversas e incentivos ao notar alunos que reconhecidamente colaboram com a preservação do patrimônio e com a harmonia na comunidade escolar;
- Promover junto com os professores e equipe gestora a conscientização dos alunos sobre a preservação do patrimônio com conversas, dicas, elogios, etc.;
-- Comunicar à equipe gestora quando identificar algum caso de depredação, vandalismo ou desrespeito ao patrimônio público na escola.

Prazo: um ano letivo com avaliações bimestrais da evolução e efetividade do projeto.

6. Recursos utilizados (humanos e materiais):
Material permanente ou de consumo da escola e recursos tecnológicos disponíveis na unidade escolar, como TV, DVD, Datashow, etc.


7. Parceiros:
Equipe terceirizada da escola das empresas ; equipe da merenda; equipe de limpeza; equipe de segurança.

8. Avaliação:
A efetividade das ações do projeto serão  avaliadas bimestralmente mediante a observação pela equipe gestora, docentes e funcionários da evolução da participação dos alunos na preservação do patrimônio, na conservação do mobiliário, aparelhos, livro, mapas e avisos afixados, bem como na limpeza das salas de aula.
As premiações e reconhecimento bimestrais dos alunos e turmas que apresentaram atitude de responsabilidade perante a conservação dos livros e do espaço físico, de boa convivência com os demais e de manutenção da limpeza também poderão servir como parâmetro de verificação da progressão do projeto e do alcance dos objetivos gerais e específicos propostos. Desse modo, haverá a verificação da existência ou não da progressão esperada a cada bimestre da conscientização dos alunos a respeito do cuidado com o ambiente educacional e da afetividade com os bens materiais usufruídos por eles na escola.

9. Referências bibliográficas:
ARROYO, M. G. Entre disciplinar e educar para a liberdade. IN Presença Pedagógica. v. 15, nº86, mar/abr. 2009.
ANDRADE, M. Educação pela Paz. IN Presença Pedagógica. V.14, nº 81, mai./jun. 2008.
ANDRADE, M. ; GUERRA, R. Pedagogia da Comunidade. IN Presença Pedagógica. V. 14, nº84, nov./dez. 2008.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.
_______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e base da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 23 de dezembro de 1996, p. 27.894.
FREIRE. Paulo. A educação na cidade. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.
_______. Paulo. A educação na cidade. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.
_______. À sombra desta mangueira. 2ª ed. São Paulo: Olho dágua, 1995.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
_______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
_______. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Ed. UNESP, 2000b.
_______. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
_______. Política e educação. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
_______. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D'Água, 1997.
GUIMARÃES, A. M. Vigilância, punição e depredação escolar. Editora Papirus, 1988.
NUNES, V. G. A. “Depredação da escola e o respeito ao patrimônio público” .Plano de aula disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28491
Texto virtual: Doutora da UNICAMP defende depredação escolar, disponível em:
Artigo eletrônico: Formas contemporâneas de negociação com a depredação, disponível em:



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