AUTOMUTILAÇÃO ENTRE OS ADOLESCENTES - PRECISAMOS FALAR DISSO
Por Lourdes Vanessa
Por Lourdes Vanessa
Se tem uma coisa que me entristece demais é essa história de
adolescente se cortando. Essa “moda”
anda muito séria meeeesmo!!! E preocupante! Não preciso nem citar estatísticas
para dizer que o número de adolescentes em depressão é enorme, bem como o fato
de suicídio entre eles estar cada vez mais presente, infelizmente . Se fossem outros tempos, diria a você que era
só olhar os noticiários para perceber isso, mas hoje falo que é só abrir uma
aba nova aí no seu computador ou celular e olhar o facebook dos seus
adolescentes conhecidos (filhos, sobrinhos, alunos, vizinhos, filhos de
amigos, etc). A grande maioria vai ter uma postagem ou qualquer outra menção
relacionada à baixa autoestima, infelicidade, bullying, dificuldade de
relacionamentos, sentimento de inferioridade, entre outras “bad” que andam na
mente desses nossos queridinhos (bravinhos, chatinhos, insistentes, ”nada tá
bom”, mas queridinhos sim!). Quanta dor e melancolia, “meuzeus”! Eles dizem que
se sentem melhor, aliviados depois que se cortam. Gente, isso é como uma droga,
um vício. Eles tentam parar e não conseguem.
Os adultos até veem os sinais em
suas peles e acham uma grande futilidade e falta do que fazer. MAS NÃO É
FRESCURA! É para chamar a atenção das pessoas sim, pode até ser, mas é para
fazer um pedido de s-o-c-o-r-r-o! Precisamos ouvir. Precisamos dar essa atenção
que eles nos pedem. NÓS SOMOS OS ADULTOS! Eles são pequenos pertos de nós, da
nossa experiência, apesar de às vezes fisicamente termos que olhar para cima
para falar com eles. Nós também já passamos por tantas crises, na adolescência,
na juventude até hoje continuamos com nossos dilemas. Por que os deles não
podem ser tão sérios quanto os nossos? Se olhar lá no fundo do seu coração com
honestidade, você também vai se lembrar de que quando adolescente ou mesmo
criança você também já quis um dia fugir, sumir, desaparecer, porque achava que só sentindo sua falta iam aprender
a te dar valor ou porque algo não ia bem e você ainda não tinha aprendido que
só o tempo é remédio para alguns males da mente (ou da alma, se preferir chamar
assim). Vamos ao menos dar um olhar carinhoso quando aparecer um jovem
autocortado entre nós e, se for possível
lembrar do adolescente que nós fomos também,
ter a humildade de pronunciar algumas palavras em tom carinhoso, como “Não
faça mais isso, assim eu fico triste também, você é e ainda vai ser muito
importante para este mundo que precisa de pessoas com energia como você...”.
Claro
que é necessário ainda o encaminhamento para um profissional competente com o
apoio dos pais e a torcida para que esse tratamento chegue a tempo. Pelo menos
isso, enquanto torcemos por mais psicólogos nos serviços públicos e, em um
mundo perfeito, nas escolas também.