Projeto com filmes e Produção Textual com os temas antibullying, alteridade, empatia, amizade e respeito às diferenças
PROJETO “ MINHA
QUERIDA ANNE FRANK”
Por Lourdes Vanessa
“O diário de Anne Frank” é um dos livros mais
conhecidos mundialmente e narra a poderosa história de uma adolescente judia
na Amsterdã ocupada pelos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial que teve
seus dias abscindidos prematuramente em um Campo de Concentração. Seus pensamentos
narrados nesse diário soam ainda atuais em muitos níveis nos dias de hoje. Na
nossa área da Educação de crianças e adolescentes é uma excelente ferramenta
para se trabalhar, além do conteúdo Histórico importante, as questões de
alteridade, preconceito, diversidade cultural, direitos humanos, inclusão
social, responsabilidade e um notável incentivo antibullying. Este projeto faz
a junção da narração do diário dessa encantadora menina no filme “Minha
querida Anne Frank” com o também impressionante e verídico “Escritores da
Liberdade” em que uma professora usa a obra póstuma da adolescente judia para
aproximar-se de seus alunos de uma conturbada periferia norte-americana. Além
de fechar com chave de ouro ao apresentar o filme “A menina que roubava
livros”, uma visão por um outro ângulo da Segunda Guerra, no entanto, com o
mesmo sofrimento juvenil na figura de uma pequena alemã de cabelos claros
forçosamente separada da mãe e enfrentando a penúria da vida civil alemã,
levando-se à conclusão de que a situação bélica não é vantajosa para ninguém.
As mesmas obras poderão ser trabalhadas nos respectivos livros publicados que
inspiraram os filmes utilizados nesse projeto.
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1.
Justificativa:
O enfoque
do projeto será proporcionar ao estudante a oportunidade de reflexão sobre
suas atitudes e trabalhar a humanização e aceitação das diferenças nos
relacionamentos interpessoais. A cada dia perceb semos nas relações humanas
na atualidade desentendimentos por causa de julgamentos precipitados,
preconceitos e discriminações. Mas também há na atualidade uma corrente muito
forte de combate a essa falta de tolerância e o incentivo ao respeito da
diversidade, principalmente nas redes sociais e nos meios de comunicação.
Nossos alunos estão inseridos na realidade estigmatizadora e segregadora, mas
também são o principal alvo dessa campanha pela aceitação das diferenças na
mídia televisiva e no mundo virtual.
Assim faz-se necessário o olhar da escola sobre
essa realidade, apoiando e orientando os alunos, ultrapassando a fronteira do
conteúdo intelectual desvinculado da inteligência emocional e social. Essa
atenção vem complementar o conteúdo formal, levando em conta o universo
psíquico do indivíduo em fase de aprendizagem.
Na atualidade, não basta apenas a percepção da
influência da realidade social e familiar do aluno como influenciadora da
aprendizagem, mas também incluir em sua educação escolar instrumentos que
possibilitem à criança ou jovem refletir e lidar com seus conflitos e
desafios advindos do seu meio externo
(família, comunidade, situação financeira, etc.) ou interno (frustrações,
dúvidas, inseguranças, etc.) . Esses instrumentos desenvolvem-se a partir do
estímulo ao pensamento, à reflexão. Isso relaciona-se à relevância do papel
da escola em não só formar o cidadão crítico, mas ainda o sujeito consciente
e preparado para assumir sua responsabilidade na formação de uma sociedade
mais justa e igualitária.
2. Tema: alteridade, empatia, antibullying, aceitação das diferenças, inclusão.
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3. Objetivo geral:
Procura-se
chegar à conscientização da comunidade escolar sobre a importância de se atentar ao respeito à
diversidade e incentivá-lo por meio do despertar nos alunos a reflexão sobre
si mesmo e o outro. Com isso, estimula-se o reforço da autoestima e
autoaceitação que reflete também na estima e aceitação do próximo. Esses são
importantes conceitos do combate ao bullying
na escola e que promoverá uma atuação segura dos alunos em seus projetos
de vida e melhor preparo para a atuação na sociedade como um conjunto com os
demais, respeitando as divergências.
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4. Objetivos específicos:
- Conscientizar o aluno de que sua
individualidade é valiosa e deve ser respeitada assim como se deve valorizar
e respeitar a do outro;
- Levar o aluno a identificar as situações
de depreciação de si mesmo ou do próximo no seu ambiente comum na escola,
refletindo sobre meios de combatê-la e trabalhar a autoestima de todos;
- Incutir no aluno o desejo de fruir de um
ambiente harmonioso e gentil, levando-o à percepção de como isso contribui
para seu bem estar;
- Desenvolver a afetividade e sentimento de
alteridade nos alunos;;
- Levar o aluno a colocar-se no lugar do
outro para saber analisar diferentes pontos de vista;
- Levar o aluno refletir sobre o “conceito
de preconceito”, como ideias pré-concebidas sem embasamento lógico ou científico;
- Levar o aluno a perceber e combater casos
de discriminação em seu dia a dia escolar e na comunidade;
- Incentivar o aluno a utilizar do diálogo e
gentileza como ferramentas essenciais para a convivência social.
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5. Procedimentos adotados (etapas) e prazos de execução:
Metodologia dos procedimentos adotados:
- Para inserir os conceitos básicos ..... O projeto terá
início com a leitura comentada, nos primeiros minutos das aulas de língua
portuguesa do 1º bimestre, de capítulos selecionados do livro “Diário de Anne
Frank”, visando contextualizar a história e o contexto de vivência da
personagem relacionando ao tema proposto e os conceitos básicos ligados a
ele, como empatia, amizade, preconceito, discriminação e justiça, bem como
levar o aluno a conhecer o contexto da Segunda Guerra Mundial em relação à
perseguição aos judeus, seu confinamento em campos de concentração e os
processos que levaram ao Holocausto.
- Os alunos serão
incentivados a comentar e opinar durante a leitura, sendo promovido o debate
e reflexão .
- A
intertextualidade será importante para ampliar esse horizonte reflexivo,
assim, num segundo momento, haverá a visualização quinzenal de filmes cujo
conteúdo apresente ligação com o tema do projeto.
- Para instigar o pensamento crítico, Os
alunos prepararão textos e resenhas sobre os filmes, em que poderão expor
organizadamente sua visão pessoal.
- No filme “Minha
querida Anne Frank” será abordada a história do livro trabalhado em sala e
aprofundada as reflexões, verificando se o aluno alcançou a empatia com as
situações vividas pela personagem, se conseguiram criar um paralelo entre a
realidade retratada na obra com seu próprio cotidiano; para tanto, como
mediadora desse processo, a professora
os incentivará a comentar, avaliar, criticar, sugerir e perguntar a partir
dos fatos assistidos na tela.
- No filme “A
menina que roubava livros” será enfatizado o contato com um novo ponto de
vista sobre os sofrimentos no mesmo contexto da Segunda Guerra, dessa vez
atingindo uma criança não judia para levar os alunos à possibilidade de
concluírem que etnias, nacionalidades, características físicas, diferenças
sociais, etc. são secundárias e que as pessoas podem passar por situaçôes
semelhantes e o que as identifica como parte da mesma humanidade se trata da identificação de traços comuns
que dependem da emoção, dos sentimentos, do caráter, como os relacionamentos de amizade e familiares.
- No filme
“Escritores da Liberdade” será possível um contato com uma realidade mais
atual e conhecida para os alunos, pois se trata de uma história real cujos
personagens são uma professora e seus alunos de uma periferia norteamericana
onde convivem descendentes de imigrantes negros, hispânicos, asiáticos em
constante conflito por suas diferenças étnicas e sociais. A professora faz
uso do livro “O Diário de Anne Frank” para criar uma identificação coletiva
de seus alunos com a personagem histórica e assim os une, apesar de suas
diferenças citadas, criando laços afetivos amistosos entre eles e a esperança
que os impulsiona para reverterem seus “destinos” por meio do estudo. Dessa
vez, será explorado o debate entre os alunos sobre a possibilidade de
aceitação do outro por meio da empatia, da aceitação de si mesmo pelo reforço
da autoestima, da autocrítica saudável que nos leva a evoluir e da esperança
de existir essa evolução.
- Como trabalho
optativo, será proposta a alternativa de os alunos elaborarem diários
pessoais como no filme “Escritores da Liberdade” visualizado em sala e inspirado
no livro de mesmo nome que é uma coletânea dos diários escritos pelos
personagens reais.
- Os trabalhos de
resenhas, dissertações e confecção de diários serão utilizados como avaliação
da disciplina de Língua Portuguesa e servirão como estímulo para o
desenvolvimento da leitura, interpretação e escrita dos alunos.
- Os debates e
participação oral dos alunos também serão consideradas como avaliações e
servirão para estabelecer vínculos entre os alunos, entre suas realidades e
as retratadas nas obras estudadas, bem como a conscientização sobre a
importância de um ambiente harmonioso e do uso da tolerância e gentileza para
seu desenvolvimento pessoal e como cidadão.
- Promover o reforço positivo das ações
saudáveis dos alunos no ambiente escolar, na convivência com os
colegas/professores/funcionários e no seu desempenho e esforço nas atividades
pedagógicas como sendo os instrumentos para sua evolução e futuro;
PLANO DE AÇÃO:
- Nos 10 minutos
iniciais de cada aula de Língua Portuguesa: Leitura para os alunos de
capítulos selecionados do livro “Diário de Anne Frank”, em que a personagem
autobiográfica relata sua vida como adolescente “normal” na Europa da década
de 40, com sua rotina escolar, seus sonhos, amigos e passeios, bem como a
transformação desse cotidiano devido à brutalidade e ao preconceito com a
perseguição nazistas aos judeus nesse período.
- Incentivar os
alunos em algum momento da leitura a participar com reflexões, opiniões e
conclusões sobre os fatos lidos, traçando paralelo das situações dos judeus
com situações semelhantes na História mundial e do Brasil, nas notícias de
jornais escritos ou televisivos e mesmo no cotidiano dos alunos.
- Criar, por meio
da identificação dos alunos com a personagem Anne Frank, o hábito de
colocar-se no lugar do outro para avaliar as situações com empatia e
respeito, antes de simplesmente julgar sem análise do contexto;
- Trabalho de análise de um filme
quinzenalmente:
Filme 1: Visualização do
filme “Minha querida Anne Frank”, com análise das situações e dos sentimentos
mostrados na obra com a produção de
uma resenha crítica ;
Filme 2: Visualização do filme “A
menina que roubava livros”, com análise das situações e dos sentimentos
mostrados na obra com a produção de
uma comparação entre os filmes, conhecendo a história de uma criança
não-judia durante o mesmo contexto e época de Anne, para ampliar os ângulos
de análise e conhecer a situação das pessoas durante a Segunda Guerra Mundial
na Europa por um outro ponto de vista;
- Estimular
o debate entre os alunos sobre as causas do sofrimento das personagens
infantis em ambos filmes relacionadas ao preconceito, a discriminação e aos
interesses dos da Guerra, mantendo-os conscientes da importância dessa
reflexão para se evitar que semelhantes situações sejam repetidas mesmo que
em menor escala no nosso dia a dia.
- Produção de
texto dissertativo pelos alunos posicionando-se sobre os assuntos tratados
nas aulas;
- Exposição das
resenhas e textos produzidos para que os alunos possam conhecer as opiniões
dos colegas, incentivando ainda mais as suas reflexões.
- Colocar à
disposição para empréstimo aos alunos que desejem ler em casa os livros
“Diário de Anne Frank” e “A menina que roubava livros”;
Filme 3: Visualização do
filme “Escritores da Liberdade”, que relata a história de uma professora que
utiliza a obra “O Diário de Anne
Frank” para criar a identificação e empatia de uma sala de aula de alunos
considerados “problemáticos” pelos outros professores e a direção da escola,
levando-os a identificar as situações vividas pela personagem com o seu
cotidiano na periferia com vivências de segregações, violência, preconceito,
participação de jovens em gangues e crimes, levando-os a uma transformação
positiva de sua realidade. O filme é baseado em uma história real descrita em
um livro baseado nos diários desses alunos com inspiração no diário de Anne
Frank.
- Incentivo à
produção pelos alunos de um diário inspirado na obra de Anne Frank e nos
diários dos alunos do filme “Escritores da Liberdade”.
Prazo: Um semestre, com avaliações
bimestrais da evolução e efetividade do projeto por meio da participação e
produção dos alunos.
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6. Recursos utilizados (humanos e materiais):
Material
permanente ou de consumo da escola e recursos tecnológicos disponíveis na
unidade escolar, como TV, DVD, Datashow, etc.
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7. Avaliação:
A efetividade das
ações do projeto serão avaliadas
bimestralmente mediante a observação das atitudes dos alunos perante os
colegas , da participação nos debates promovidos a partir das obras
analisadas em sala e pelas produções textuais dos alunos com base no tema
abordado.
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8. Referências bibliográficas:
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educar para a liberdade. IN Presença Pedagógica. v. 15, nº86, mar/abr.
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IN Presença Pedagógica. V.14, nº 81, mai./jun. 2008.
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CURY, A. A fascinante construção do Eu. São
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Cultrix, 1999.
_______ . O código da Inteligência. Rio de
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_______. Pedagogia da
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_______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, 9ª ed. Rio de
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_______. Pedagogia da
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_______. Pedagogia do
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_______. Política e
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_______. Professora sim,
tia não: cartas a quem ousa ensinar. São
Paulo: Olho D'Água, 1997.
Crédito da imagem: By Unknown
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Stichting, Amsterdam, Public Domain,
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