Projeto com filmes e Produção Textual  com os temas antibullying, alteridade, empatia, amizade e respeito às diferenças





PROJETO “ MINHA QUERIDA ANNE FRANK”

Por Lourdes Vanessa 

 “O diário de Anne Frank” é um dos livros mais conhecidos mundialmente e narra a poderosa história de uma adolescente judia na Amsterdã ocupada pelos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial que teve seus dias abscindidos prematuramente em um Campo de Concentração. Seus pensamentos narrados nesse diário soam ainda atuais em muitos níveis nos dias de hoje. Na nossa área da Educação de crianças e adolescentes é uma excelente ferramenta para se trabalhar, além do conteúdo Histórico importante, as questões de alteridade, preconceito, diversidade cultural, direitos humanos, inclusão social, responsabilidade e um notável incentivo antibullying. Este projeto faz a junção da narração do diário dessa encantadora menina no filme “Minha querida Anne Frank” com o também impressionante e verídico “Escritores da Liberdade” em que uma professora usa a obra póstuma da adolescente judia para aproximar-se de seus alunos de uma conturbada periferia norte-americana. Além de fechar com chave de ouro ao apresentar o filme “A menina que roubava livros”, uma visão por um outro ângulo da Segunda Guerra, no entanto, com o mesmo sofrimento juvenil na figura de uma pequena alemã de cabelos claros forçosamente separada da mãe e enfrentando a penúria da vida civil alemã, levando-se à conclusão de que a situação bélica não é vantajosa para ninguém. As mesmas obras poderão ser trabalhadas nos respectivos livros publicados que inspiraram os filmes utilizados nesse projeto.

1.     Justificativa:

 O enfoque do projeto será proporcionar ao estudante a oportunidade de reflexão sobre suas atitudes e trabalhar a humanização e aceitação das diferenças nos relacionamentos interpessoais. A cada dia perceb semos nas relações humanas na atualidade desentendimentos por causa de julgamentos precipitados, preconceitos e discriminações. Mas também há na atualidade uma corrente muito forte de combate a essa falta de tolerância e o incentivo ao respeito da diversidade, principalmente nas redes sociais e nos meios de comunicação. Nossos alunos estão inseridos na realidade estigmatizadora e segregadora, mas também são o principal alvo dessa campanha pela aceitação das diferenças na mídia televisiva e no mundo virtual.
Assim faz-se necessário o olhar da escola sobre essa realidade, apoiando e orientando os alunos, ultrapassando a fronteira do conteúdo intelectual desvinculado da inteligência emocional e social. Essa atenção vem complementar o conteúdo formal, levando em conta o universo psíquico do indivíduo em fase de aprendizagem.
Na atualidade, não basta apenas a percepção da influência da realidade social e familiar do aluno como influenciadora da aprendizagem, mas também incluir em sua educação escolar instrumentos que possibilitem à criança ou jovem refletir e lidar com seus conflitos e desafios  advindos do seu meio externo (família, comunidade, situação financeira, etc.) ou interno (frustrações, dúvidas, inseguranças, etc.) . Esses instrumentos desenvolvem-se a partir do estímulo ao pensamento, à reflexão. Isso relaciona-se à relevância do papel da escola em não só formar o cidadão crítico, mas ainda o sujeito consciente e preparado para assumir sua responsabilidade na formação de uma sociedade mais justa e igualitária.


 2. Tema: alteridade, empatia, antibullying, aceitação das diferenças, inclusão.


3. Objetivo geral:

Procura-se chegar à conscientização da comunidade escolar sobre a  importância de se atentar ao respeito à diversidade e incentivá-lo por meio do despertar nos alunos a reflexão sobre si mesmo e o outro. Com isso, estimula-se o reforço da autoestima e autoaceitação que reflete também na estima e aceitação do próximo. Esses são importantes conceitos do combate ao bullying na escola e que promoverá uma atuação segura dos alunos em seus projetos de vida e melhor preparo para a atuação na sociedade como um conjunto com os demais, respeitando as divergências.


4. Objetivos específicos:

- Conscientizar o aluno de que sua individualidade é valiosa e deve ser respeitada assim como se deve valorizar e respeitar a do outro;
- Levar o aluno a identificar as situações de depreciação de si mesmo ou do próximo no seu ambiente comum na escola, refletindo sobre meios de combatê-la e trabalhar a autoestima de todos;
- Incutir no aluno o desejo de fruir de um ambiente harmonioso e gentil, levando-o à percepção de como isso contribui para seu bem estar;
- Desenvolver a afetividade e sentimento de alteridade nos alunos;;
- Levar o aluno a colocar-se no lugar do outro para saber analisar diferentes pontos de vista;
- Levar o aluno refletir sobre o “conceito de preconceito”, como ideias pré-concebidas sem embasamento lógico ou científico;
- Levar o aluno a perceber e combater casos de discriminação em seu dia a dia escolar e na comunidade;
- Incentivar o aluno a utilizar do diálogo e gentileza como ferramentas essenciais para a convivência social.


5. Procedimentos adotados (etapas) e prazos de execução:
Metodologia dos procedimentos adotados:

- Para inserir os conceitos básicos ..... O projeto terá início com a leitura comentada, nos primeiros minutos das aulas de língua portuguesa do 1º bimestre, de capítulos selecionados do livro “Diário de Anne Frank”, visando contextualizar a história e o contexto de vivência da personagem relacionando ao tema proposto e os conceitos básicos ligados a ele, como empatia, amizade, preconceito, discriminação e justiça, bem como levar o aluno a conhecer o contexto da Segunda Guerra Mundial em relação à perseguição aos judeus, seu confinamento em campos de concentração e os processos que levaram ao Holocausto.
- Os alunos serão incentivados a comentar e opinar durante a leitura, sendo promovido o debate e reflexão .
- A intertextualidade será importante para ampliar esse horizonte reflexivo, assim, num segundo momento, haverá a visualização quinzenal de filmes cujo conteúdo apresente ligação com o tema do projeto.
 - Para instigar o pensamento crítico, Os alunos prepararão textos e resenhas sobre os filmes, em que poderão expor organizadamente sua visão pessoal.
- No filme “Minha querida Anne Frank” será abordada a história do livro trabalhado em sala e aprofundada as reflexões, verificando se o aluno alcançou a empatia com as situações vividas pela personagem, se conseguiram criar um paralelo entre a realidade retratada na obra com seu próprio cotidiano; para tanto, como mediadora desse processo,  a professora os incentivará a comentar, avaliar, criticar, sugerir e perguntar a partir dos fatos assistidos na tela.
- No filme “A menina que roubava livros” será enfatizado o contato com um novo ponto de vista sobre os sofrimentos no mesmo contexto da Segunda Guerra, dessa vez atingindo uma criança não judia para levar os alunos à possibilidade de concluírem que etnias, nacionalidades, características físicas, diferenças sociais, etc. são secundárias e que as pessoas podem passar por situaçôes semelhantes e o que as identifica como parte da mesma humanidade  se trata da identificação de traços comuns que dependem da emoção, dos sentimentos, do caráter, como os  relacionamentos de amizade e familiares. 
- No filme “Escritores da Liberdade” será possível um contato com uma realidade mais atual e conhecida para os alunos, pois se trata de uma história real cujos personagens são uma professora e seus alunos de uma periferia norteamericana onde convivem descendentes de imigrantes negros, hispânicos, asiáticos em constante conflito por suas diferenças étnicas e sociais. A professora faz uso do livro “O Diário de Anne Frank” para criar uma identificação coletiva de seus alunos com a personagem histórica e assim os une, apesar de suas diferenças citadas, criando laços afetivos amistosos entre eles e a esperança que os impulsiona para reverterem seus “destinos” por meio do estudo. Dessa vez, será explorado o debate entre os alunos sobre a possibilidade de aceitação do outro por meio da empatia, da aceitação de si mesmo pelo reforço da autoestima, da autocrítica saudável que nos leva a evoluir e da esperança de existir essa evolução.
- Como trabalho optativo, será proposta a alternativa de os alunos elaborarem diários pessoais como no filme “Escritores da Liberdade” visualizado em sala e inspirado no livro de mesmo nome que é uma coletânea dos diários escritos pelos personagens reais.
- Os trabalhos de resenhas, dissertações e confecção de diários serão utilizados como avaliação da disciplina de Língua Portuguesa e servirão como estímulo para o desenvolvimento da leitura, interpretação e escrita dos alunos.
- Os debates e participação oral dos alunos também serão consideradas como avaliações e servirão para estabelecer vínculos entre os alunos, entre suas realidades e as retratadas nas obras estudadas, bem como a conscientização sobre a importância de um ambiente harmonioso e do uso da tolerância e gentileza para seu desenvolvimento pessoal e como cidadão.
 - Promover o reforço positivo das ações saudáveis dos alunos no ambiente escolar, na convivência com os colegas/professores/funcionários e no seu desempenho e esforço nas atividades pedagógicas como sendo os instrumentos para sua evolução e futuro;


PLANO DE AÇÃO:

- Nos 10 minutos iniciais de cada aula de Língua Portuguesa: Leitura para os alunos de capítulos selecionados do livro “Diário de Anne Frank”, em que a personagem autobiográfica relata sua vida como adolescente “normal” na Europa da década de 40, com sua rotina escolar, seus sonhos, amigos e passeios, bem como a transformação desse cotidiano devido à brutalidade e ao preconceito com a perseguição nazistas aos judeus nesse período.
- Incentivar os alunos em algum momento da leitura a participar com reflexões, opiniões e conclusões sobre os fatos lidos, traçando paralelo das situações dos judeus com situações semelhantes na História mundial e do Brasil, nas notícias de jornais escritos ou televisivos e mesmo no cotidiano dos alunos.
- Criar, por meio da identificação dos alunos com a personagem Anne Frank, o hábito de colocar-se no lugar do outro para avaliar as situações com empatia e respeito, antes de simplesmente julgar sem análise do contexto;
 - Trabalho de análise de um filme quinzenalmente:
Filme 1: Visualização do filme “Minha querida Anne Frank”, com análise das situações e dos sentimentos mostrados  na obra com a produção de uma resenha crítica ;
 Filme 2: Visualização do filme “A menina que roubava livros”, com análise das situações e dos sentimentos mostrados  na obra com a produção de uma comparação entre os filmes, conhecendo a história de uma criança não-judia durante o mesmo contexto e época de Anne, para ampliar os ângulos de análise e conhecer a situação das pessoas durante a Segunda Guerra Mundial na Europa por um outro ponto de vista;
 -  Estimular o debate entre os alunos sobre as causas do sofrimento das personagens infantis em ambos filmes relacionadas ao preconceito, a discriminação e aos interesses dos da Guerra, mantendo-os conscientes da importância dessa reflexão para se evitar que semelhantes situações sejam repetidas mesmo que em menor escala no nosso dia a dia.
- Produção de texto dissertativo pelos alunos posicionando-se sobre os assuntos tratados nas aulas;
- Exposição das resenhas e textos produzidos para que os alunos possam conhecer as opiniões dos colegas, incentivando ainda mais as suas reflexões.
- Colocar à disposição para empréstimo aos alunos que desejem ler em casa os livros “Diário de Anne Frank” e “A menina que roubava livros”;
Filme 3: Visualização do filme “Escritores da Liberdade”, que relata a história de uma professora que utiliza  a obra “O Diário de Anne Frank” para criar a identificação e empatia de uma sala de aula de alunos considerados “problemáticos” pelos outros professores e a direção da escola, levando-os a identificar as situações vividas pela personagem com o seu cotidiano na periferia com vivências de segregações, violência, preconceito, participação de jovens em gangues e crimes, levando-os a uma transformação positiva de sua realidade. O filme é baseado em uma história real descrita em um livro baseado nos diários desses alunos com inspiração no diário de Anne Frank.
- Incentivo à produção pelos alunos de um diário inspirado na obra de Anne Frank e nos diários dos alunos do filme “Escritores da Liberdade”.

Prazo: Um semestre, com avaliações bimestrais da evolução e efetividade do projeto por meio da participação e produção dos alunos.


6. Recursos utilizados (humanos e materiais):

Material permanente ou de consumo da escola e recursos tecnológicos disponíveis na unidade escolar, como TV, DVD, Datashow, etc.



7. Avaliação:

A efetividade das ações do projeto serão  avaliadas bimestralmente mediante a observação das atitudes dos alunos perante os colegas , da participação nos debates promovidos a partir das obras analisadas em sala e pelas produções textuais dos alunos com base no tema abordado.

8. Referências bibliográficas:

ARROYO, M. G. Entre disciplinar e educar para a liberdade. IN Presença Pedagógica. v. 15, nº86, mar/abr. 2009.
ANDRADE, M. Educação pela Paz. IN Presença Pedagógica. V.14, nº 81, mai./jun. 2008.
ANDRADE, M. ; GUERRA, R. Pedagogia da Comunidade. IN Presença Pedagógica. V. 14, nº84, nov./dez. 2008.
CURY, A. A fascinante construção do Eu. São Paulo: Planeta ,2011.
_______ . Armadilhas da mente. São Paulo: Arqueiro, 2013.
_______ . Inteligência multifocal. São Paulo: Cultrix, 1999.
_______ . O código da Inteligência. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008.
FRANK, A. O diário de Anne Frank. Rio de Janeiro: Bestbolso, 2017.
FREIRE. Paulo. A educação na cidade. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.
_______. À sombra desta mangueira. 2ª ed. São Paulo: Olho dágua, 1995.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
_______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
_______. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Ed. UNESP, 2000b.
_______. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
_______. Política e educação. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
_______. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D'Água, 1997.



Crédito da imagem: By Unknown photographer; Collectie Anne Frank Stichting Amsterdam - Website Anne Frank Stichting, Amsterdam, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=43555059




Kindergarten, games room and study.



PROJETO “ESCOLA TOP  #SEMVANDALISMO”

                                                                                                                        Por Lourdes Vanessa

Esta é uma sugestão de projeto que pode ser adaptado para aplicar em escolas com problema de vandalismo ao patrimônio público e violência.  O diferencial  é que envolve toda a equipe profissional da escola e não somente o óbvio professor/aluno ou professor/aluno/direção. O porteiro, a "tia da merenda", os funcionários da limpeza e todo mundo se une para prestar atenção, elogiar, comentar, relatar e concentrar a atenção no objetivo de melhorar a convivência ao cuidar do ambiente comum a todos, fazendo com que o aluno sinta a coesão da equipe e a valorização de suas boas atitudes por todos. Muitas vezes o vandalismo é feito às escondidas e seu autor pode pensar que passa despercebido, mas se sentir que há uma equipe motivada e coesa ao seu redor, focada em reforçar as boas ações dos colegas, também saberá que atitudes contrárias à preservação e limpeza também estarão sendo observadas, no entanto, não serão incentivadas como quando age com cidadania e alteridade.  Estas ideias foram elaboradas com base em minhas experiências em contextos desse tipo. Claro que não há como seguir à risca, pois cada contexto tem suas idiossincrasias, mas pode servir de inspiração para que muitas equipes pedagógicas não desistam e encontrem seus próprios caminhos para o trabalho de conscientização com reforço positivo e união de todos os setores que compõem o quadro funcional de uma unidade escolar.

1. Tema:
Campanha coletiva contra o vandalismo na escola

2. Justificativa:
O cotidiano das comunidades escolares de algumas regiões têm deixado transparecer  uma cultura de descaso e vandalismo com o ambiente escolar por parte dos alunos, evidenciado principalmente pela observação do espaço físico  das próprias salas de aula (como por exemplo, carteiras rabiscadas e quebradas; paredes descascadas e também rabiscadas; ventiladores, interruptores e tomadas depredados, lixos acumulados debaixo da carteira e no chão; vidros quebrados; livros danificados; cartazes afixados com regras e mapas de sala arrancados). Diante dessa realidade, coloca-se o desafio para a equipe pedagógica de encontrar maneiras de modificar essas atitudes e incutir nos alunos o senso de coletividade, de preservação do patrimônio público  e a fruição de estar em um ambiente limpo e bem cuidado durante o período das aulas, desenvolvendo a sua afetividade para com esse espaço. Essa é uma obrigação constitucional e uma preocupação de vários especialistas na área da Educação.
Paulo Freire, na obra A educação na cidade (1991) confirma a impossibilidade de se conseguir bons índices de aprendizagem com os professores e seus alunos sem um ambiente propício, que tem paredes, vidros, mobiliários danificados.

3. Objetivo geral:
Conscientização da comunidade escolar da preservação do patrimônio público escolar.

4. Objetivos específicos:
- Conscientizar o aluno de que o patrimônio escolar é um bem valioso para a coletividade e para o desenvolvimento individual também;
- Levar o aluno a identificar as situações de depredação do patrimônio no seu ambiente comum na escola;
- Incutir no aluno o desejo de fruir de um ambiente limpo e organizado e a percepção dessa fruição;
- Desenvolver a afetividade pelo espaço físico escolar, especialmente pela sala de aula, como ambiente de convivência em grande parte do dia do aluno;
- Levar o aluno a conhecer as punições previstas na legislação sobre atos de vandalismo e depredação pública;
- Levar o aluno a manter as salas de aula limpa, utilizando sempre a lixeira e não deixando lixo debaixo das carteiras ou no chão;
- Levar o aluno a participar da conservação das carteiras, paredes, ventiladores, livros, avisos e mapas de sala afixados;
- Incentivar o aluno a usar e manter em bom estado todos os equipamentos e dependências escolares.

5. Procedimentos adotados (etapas) e prazos de execução:

Metodologia dos procedimentos adotados

- Estimular o aluno a executar as ações propostas de manutenção e limpeza do ambiente em pelo menos alguns momentos das aulas de todas as disciplinas por meio de falas dos professores ou visitas da equipe gestora com dicas, conversas, aconselhamentos, elogios e observações sobre suas atitudes em sala de aula, mantendo-os conscientes da importância da constância nessa prática;
- Estabelecer vínculos afetivos dos alunos com o espaço escolar pela conscientização sobre a importância de um ambiente limpo e organizado para seu desenvolvimento  como cidadão e sobre o prazer de usufruir do mesmo dessa forma;
- Promover o reforço positivo das ações saudáveis dos alunos no ambiente, tanto em sua preservação como na convivência com os colegas/professores/funcionários e no seu desempenho e esforço nas atividades pedagógicas, por meio de premiações e reconhecimentos públicos dessas atitudes construtivas;
- Estabelecer contato com a legislação sobre vandalismo e depredação do patrimônio público e promover a reflexão dos alunos sobre suas próprias ações em relação ao cuidado com o espaço e objetos da sala de aula bem como à convivência harmoniosa com os pares, por meio de aulas elaboradas pelos professores de todas as disciplinas, cuidando para que se problematize o tema fazendo relação da realidade do aluno descrita com o conteúdo estudado (poderão ser usados textos variados atuais ou não, como reportagens e charges, além de vídeos, filmes, músicas, poemas, jograis, jogos, dinâmicas, confecção de cartazes, desenhos e outros recursos).


PLANO DE AÇÃO:

Equipe gestora:
- comunicar às instâncias competentes a necessidade de propiciar a reparação paulatina do espaço físico, mobiliário, aparelhos, etc. da sala de aula;
- promover junto com os professores e demais funcionários a conscientização dos alunos sobre a preservação do patrimônio com conversas, cartazes com as regras, legislação, etc.
- Atender alunos individualmente, quando necessário, ao ser comunicado pelos professores e funcionários sobre a identificação de algum caso de depredação, vandalismo ou desrespeito ao patrimônio público na sala de aula;
- realizar junto aos docentes a confecção de mapas de sala e avisos escritos afixados na sala sobre o cuidado com o patrimônio lá presente, bem como incentivar os alunos pela sua manutenção;
- promover um momento bimestral de reconhecimento público por meio de discursos, certificados ou premiações aos alunos que participam ativamente da conservação do espaço e demonstram esforço nas atividades escolares.

Equipe docente:
- Preparo de ao menos uma aula por bimestre de cada disciplina em cada turma sobre o tema vandalismo, depredação do patrimônio escolar e importância da manutenção da limpeza da sala de aula;
- Incentivar os alunos em algum momento de cada aula de todas as disciplinas que recolham papéis de debaixo da carteira para levar até a lixeira e mantenham limpo o chão da sala de aula;
- Identificação junto com a equipe gestora (por meio de etiquetas, por exemplo) do aluno responsável pelo cuidado da carteira da sala na qual senta-se todo os dias no período de aula, devendo permanecer sempre a mesma e que cada qual cuide de seu próprio espaço e zele por ele; o mesmo procedimento poderá ser realizado com os livros didáticos;
- Criação de mapas de sala junto à equipe gestora, zelo e incentivo aos alunos pela sua manutenção;
- Incentivar o aluno a manter afixados os mapas de sala e avisos sobre preservação do patrimônio;
-  Estimular o aluno a executar as ações propostas de manutenção e limpeza do ambiente em pelo menos alguns momentos das aulas de todas as disciplinas por meio de dicas, conversas, aconselhamentos, elogios e observações sobre suas atitudes em sala de aula, mantendo-os conscientes da importância da constância nessa prática;
- Comunicar à equipe gestora quando identificar algum caso de depredação, vandalismo ou desrespeito ao patrimônio público na sala de aula;
- Auxiliar a equipe gestora a promover um momento bimestral de reconhecimento público por meio de discursos, certificados ou premiações aos alunos que participam ativamente da conservação do espaço e demonstram esforço nas atividades escolares.

Funcionários:
- Promover o reforço positivo por meio de elogios, conversas e incentivos ao notar alunos que reconhecidamente colaboram com a preservação do patrimônio e com a harmonia na comunidade escolar;
- Promover junto com os professores e equipe gestora a conscientização dos alunos sobre a preservação do patrimônio com conversas, dicas, elogios, etc.;
-- Comunicar à equipe gestora quando identificar algum caso de depredação, vandalismo ou desrespeito ao patrimônio público na escola.

Prazo: um ano letivo com avaliações bimestrais da evolução e efetividade do projeto.

6. Recursos utilizados (humanos e materiais):
Material permanente ou de consumo da escola e recursos tecnológicos disponíveis na unidade escolar, como TV, DVD, Datashow, etc.


7. Parceiros:
Equipe terceirizada da escola das empresas ; equipe da merenda; equipe de limpeza; equipe de segurança.

8. Avaliação:
A efetividade das ações do projeto serão  avaliadas bimestralmente mediante a observação pela equipe gestora, docentes e funcionários da evolução da participação dos alunos na preservação do patrimônio, na conservação do mobiliário, aparelhos, livro, mapas e avisos afixados, bem como na limpeza das salas de aula.
As premiações e reconhecimento bimestrais dos alunos e turmas que apresentaram atitude de responsabilidade perante a conservação dos livros e do espaço físico, de boa convivência com os demais e de manutenção da limpeza também poderão servir como parâmetro de verificação da progressão do projeto e do alcance dos objetivos gerais e específicos propostos. Desse modo, haverá a verificação da existência ou não da progressão esperada a cada bimestre da conscientização dos alunos a respeito do cuidado com o ambiente educacional e da afetividade com os bens materiais usufruídos por eles na escola.

9. Referências bibliográficas:
ARROYO, M. G. Entre disciplinar e educar para a liberdade. IN Presença Pedagógica. v. 15, nº86, mar/abr. 2009.
ANDRADE, M. Educação pela Paz. IN Presença Pedagógica. V.14, nº 81, mai./jun. 2008.
ANDRADE, M. ; GUERRA, R. Pedagogia da Comunidade. IN Presença Pedagógica. V. 14, nº84, nov./dez. 2008.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.
_______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e base da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 23 de dezembro de 1996, p. 27.894.
FREIRE. Paulo. A educação na cidade. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.
_______. Paulo. A educação na cidade. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.
_______. À sombra desta mangueira. 2ª ed. São Paulo: Olho dágua, 1995.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
_______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
_______. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Ed. UNESP, 2000b.
_______. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
_______. Política e educação. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
_______. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D'Água, 1997.
GUIMARÃES, A. M. Vigilância, punição e depredação escolar. Editora Papirus, 1988.
NUNES, V. G. A. “Depredação da escola e o respeito ao patrimônio público” .Plano de aula disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28491
Texto virtual: Doutora da UNICAMP defende depredação escolar, disponível em:
Artigo eletrônico: Formas contemporâneas de negociação com a depredação, disponível em:



Imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kindergarten-games-room-study-332757140?irgwc=1&utm_medium=Affiliate&utm_campaign=Hans%20Braxmeier%20und%20Simon%20Steinberger%20GbR&utm_source=44814&utm_term=




COMECE ELOGIANDO
Na reunião de pais e mestres  



                                               Por Lourdes Vanessa




E aí chega o dia da reunião de pais e mestres e você, professor brasileiro que não desiste nunca, vai ter a oportunidade de conversar, finalmente, com os pais ou responsáveis por  aquela benção que você tem que chamar de "líder" para não dizer outra coisa que só você que está entre quatro paredes com a criatura e mais uns 30 (no mínimo) iria entender... Então, como começar a expor a realidade???? Bem, eu diria: comece elogiando.  Todo mundo tem um lado bom. Mas como encontrar o lado bom de quem faz questão de só virar para você o outro ângulo??? Existe uma técnica que a gente mesmo criou com o passar de algumas experiências variadas desde o século passado: imagine como a pessoa seria se não fosse tão "dispersa" e aí coloque tudo isso depois da frase "Olha, ele/ela tem muito potencial para ..." e no final (só no final) acrescente um "mas...", terminando por dizer o que é preciso de verdade.
Imagino que seria algo do tipo: "Olha, ele/ela tem muito potencial para tirar notas boas, fazer contas maravilhosas com sua rapidez de raciocínio, escrever textos riquíssimos com sua fértil imaginação, ser um líder na vida com sua capacidade de angariar a colaboração dos colegas, um ótimo jornalista/entrevistador com sua rapidez de resposta quando eu peço para ele/ela se sentar no meio de uma explicação, poderá ser um empresário abrindo um circo fenomenal (calma, se segura, repense a penúltima e não diz essa última frase não...), MAS falta um pouco de dedicação e esforço da parte dele/dela nas atividades diárias, é uma pena aquele caderno tão bonito em branco e já com tão poucas folhas restantes para escrever (fenômeno explicado na física como paradoxo das esferas de papel voadoras), precisamos conversar mais para que entenda que precisa se concentrar, que a explicação também é importante para ampliar os horizontes de uma mente genial e também uma grande oportunidade de sanar as dúvidas antes da recuperação (enfim, neste ponto você já pode falar tudo o que é necessário, pois já sabem que você reconhece também os pontos positivos e não chegou com uma avalanche de críticas de fazer qualquer pai/mãe entrar em depressão e usar o recurso do argumento da autodefesa contra você...)". Por isso, nunca, nunca inicie sem elogiar antes. Também não seja irônico a ponto de parecer debochado nem sarcástico (isso não se faz, nunca, com ninguém, eu acho!), apenas seja leve para se proteger de um ataque de nervos e futuros problemas de saúde (tão comum nessa classe profissional). Se você tem filhos, já entende o porquê de evitar abordagens drásticas. Se ainda não os tem, imagine que vá vender o seu carro, companheiro de muitas aventuras vividas durante alguns anos e, ao chegar até o comprador, este só veja os defeitos, as desvantagens e os arranhões "imperceptíveis" na lataria do seu veículo, sem nem sequer mencionar as vantagens de ter um carro tão potente ou bonito ou econômico ou funcional... Seria de revoltar, arrasar, deprimir e acusar o comprador de querer desvalorizar o seu carro apenas para comprar mais barato, não é??? Situações comerciais a parte, nos atendo apenas à sensação que nos deixa no coração essa desvalorização por parte do outro a algo que é nosso por tanto tempo, podemos perceber quanto um elogio de reconhecimento pode ser valioso para abrir a nossa receptividade a opiniões contrárias vindas da mesma fonte. De outro modo, você vai ter que escutar aquela ladainha de defesa do filho do tipo "em casa ele é tão bom" ou ainda, algo que eu já escutei, "se os outros colocam o nome dele no trabalho sem ele fazer nada é um problema dos outros, não dele, pois só demonstra o quanto sabe ser um bom amigo, pois do contrário não fariam isso por ele" (sem comentários!!!). Enfim, aquele ponto em que chegamos a lamentar pela criança porque não vai receber a orientação necessária que precisa fora da escola e somente se empoderar contra esta e seus agentes... E, pensando bem, é de se lamentar pela sociedade e seu futuro também nesses casos! Sempre lembrando que os adultos precisam se unir para o bem das crianças e jovens, tanto a escola com a família, como a escola com a sociedade, com o governo... é melhorando um pouco do que a gente pode que acabaremos por fazer significar nossa passagem por este planeta, tentando nos melhorar e deixar filhos e alunos melhores por aqui também! Afinal, nós, por enquanto, somos os adultos dessa relação e os jovens ainda dependem de nós para servirmos de inspiração e exemplo, com sabedoria e AMOR (sempre)! 
Bem, vamos finalizar esperando colocar um tijolinho, ou um grão de areia, para contribuir com a construção de um mundo melhor, sem deixar de trazer à tona algumas verdades nuas e cruas. Sempre com total abertura à opinião e desabafo de todos os leitores, comprometendo-me a não chamar nada de "mimimi", porque isso mal chega a ser uma premissa e, de qualquer forma, demonstra descaso com a tradição filosófica da argumentação entre os pares e abertura para proposições coletivas  e consequente conclusão com deferência às idiossincrasias, o que sempre será bem-vindo.
Um abraço! E boa próxima reunião!

Crédito das imagens: "talktalk "by tablesalt CC BY 2.0 https://ccsearch.creativecommons.org/

A primeira professora

Minha primeira professora, dona Irma, era tradicionalíssima, mas não nos recepcionou no primeiro dia já com exercícios caligráficos, como e...